segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Assis Chateaubriand, o magnata da comunicação no Brasil



No dia 5 de outubro de 1892, dia dedicado ao Santo Francisco de Assis, em Umbuzeiro-PB, uma cidade com cerca de 9 mil habitantes, nascia o jornalista, escritor, empresário, mecenas, advogado e político, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, ou se preferir pode chamá-lo apenas de Chatô.

Filho de Francisco José Bandeira de Melo e de Maria Carmem Guedes Gondim, foi batizado Francisco de Assis por ter nascido no dia dedicado ao santo, a quem a mãe era devota. Foi assim, em forma de homenagem que lhe deu o seu nome. Já o sobrenome Chateaubriand foi agregado à família por uma admiração do seu avô José Bandeira de Melo pelo escritor François-René de Chateaubriand.

Logo aos 15 anos de idade Chatô começou a trabalhar como jornalista, nos jornal Gazeta do Norte, escrevendo para o Jornal Pequeno e para o veterano Diário de Pernambuco. Com a mesma idade, começou a estudar na Faculdade de Direito do Recife, onde futuramente chegou a ser professor. Neste, enfrentou uma situação inusitada: teve que dormir na redação do jornal, chegando a pegar em armas, para se defender da multidão que se empoleirava à frente do jornal em protesto contra a vitória do candidato Francisco de Assis Rosa e Silva (proprietário do jornal).

Em 1915, tentando buscar novos horizontes, foi para o Rio de Janeiro, então a capital do Brasil. Naquela cidade fez muitas amizades, inclusive com pessoas influentes. Colaborou nos jornais A Época, Jornal do Commercio, Correio da Manhã, do Rio de Janeiro e também na edição vespertina d`O Estado de São Paulo.

Em 1941, Chatô promoveu a Campanha nacional da aviação, com o lema "Deem asas ao Brasil", na qual foi criada a maioria dos atuais aeroclubes pelo interior do Brasil, juntamente com Joaquim Pedro Salgado Filho, então Ministro da Guerra do governo Vargas.

Chatô tornou-se uma personalidade conhecida no Brasil e no exterior, destacou-se como um dos homens públicos mais influentes do país nas décadas de 1940 e 1960, sendo respeitado e temido pelos poderosos. Participou de todas as grandes campanhas de opinião de seu tempo. Além de empresário de sucesso, foi um incentivador da cultura e da arte brasileiras. Criou o Museu de Arte de São Paulo, o MASP e ocupou a cadeira nº 37, da Academia Brasileira de Letras. No campo da política, elegeu-se senador pela Paraíba em 1951 e pelo Maranhão em 1955.

Em 1960, sofreu um derrame cerebral ficando totalmente paralítico. Mesmo nessa situação viajou muito dentro e fora do País, mantendo-se informado de tudo, dirigindo suas empresas e jornais. Em fevereiro de 1960 Chateaubriand foi acometido de uma trombose. Morreu em 4 de abril de 1968, em São Paulo, depois da pertinaz doença, a que ele resistiu por longos anos, continuando, mesmo paraplégico e impossibilitado de falar, a escrever seus artigos. Seu cortejo fúnebre reuniu mais de 60 mil pessoas pelas ruas de São Paulo. Está sepultado no Cemitério do Araçá.

Algumas frases de Chatô:

"O escritor original não é aquele que não imita ninguém , mas sim aquele que ninguém pode imitar."

"A ameaça do mais forte faz-me sempre passar para o lado do mais fraco."

"O dinheiro e o ouro de nada valem se uma sociedade não for governada pela inteligência."

"Se a lei é contra mim,vamos ter que mudar a lei"

Filmes:

Chatô, o Rei do Brasil 



Sinopse: O magnata das comunicações Assis Chateaubriand (Marco Ricca) é a estrela principal de um programa de TV chamado "O Julgamento do Século", realizado bem no dia de sua morte. É nele que Chatô relembra fatos marcantes de sua vida, como os casamentos com Maria Eudóxia (Letícia Sabatella) e Lola (Leandra Leal), a paixão não-correspondida por Vivi Sampaio (Andréa Beltrão), como manipulava as notícias nos veículos de comunicação que comandava e a estreita e conturbada ligação com Getúlio Vargas (Paulo Betti), que teve início ainda antes dele se tornar presidente.

Chateaubriand – Cabeça de Paraíba



Sinopse: Trajetória do empresário paraibano Assis Chateaubriand, que fundou um dos maiores impérios da mídia no Brasil, os Diários Associados. Marcos Manhães Marins escreveu, dirigiu e concluiu o filme Chateaubriand – Cabeça de Paraíba, em 2000, tendo sido selecionado para quinze festivais e mostras no Brasil e no exterior, sendo uma na Bélgica e outra na França. Foi exibido na TVE e na TV Cultura, na TV Senado, Canal Brasil, TV O Norte na Paraíba, entre outras.

Livro:

Chatô, o Rei do Brasil


Descrição: 'Chatô, o rei do Brasil' - a história da vida vertiginosa de um dos brasileiros mais poderosos e controvertidos deste século. Dono de um império de quase cem jornais, revistas, estações de rádio e televisão - os Diários Associados - e fundador do MASP, Assis Chateaubriand, ou apenas Chatô, sempre atuou na política, nos negócios e nas artes como se fosse um cidadão acima do bem e do mal. Mais temido do que amado, sua complexa e muitas vezes divertida trajetória está associada de modo indissolúvel à vida cultural e política do país entre as décadas de 1910 e 1960, magistralmente recriada neste Chatô, o rei do Brasil. Escrito por Fernando Morais.

Vídeos:

Curto vídeo sobre a história de Chatô.


Trailer do filme "Chatô, o Rei do Brasil"



Filme completo "Chatô, o Rei do Brasil"



Bom, por hoje é isso! Espero que tenham gostado. Até mais. =)

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